Os Troncos Fósseis de Vila Velha de Ródão são testemunhos reais da floresta tropical que povoou a região há mais de 5 milhões de anos. Representam restos de árvores petrificadas, onde a matéria orgânica que as constituiu foi lentamente substituída por sílica. Estes exemplares, da família das anoneiras, totalmente exóticos na paisagem actual, são pouco frequentes no registo português e extremamente raros nesta região da Bacia de Ródão-Moraleja. Eles dão-nos informações não só sobre os antigos climas de savana da região, mas também sobre aspectos relacionados com as variações entre estações climáticas (anéis de crescimento), interacção entre insectos e o tronco (padrões de perfurações) e com o seu processo de apodrecimento, transporte, fossilização e descoberta durante o período mineiro Romano. Estes troncos, que foram encontrados em 2006, num terraço fluvial do Rio Tejo, no meio de sedimentos depositados na antiga planície aluvial, constituem eles próprios importantes testemunhos sedimentares da energia do rio. À semelhança dos seixos do rio, os grandes fragmentos de troncos fossilizados exibem marcas de choque com outras rochas durante o seu transporte fluvial, arredondamento de arestas e amplificação de fracturas. Estes troncos são uma peça chave para a história geológica do Geopark Naturtejo e podem ser visitados no jardim da Casa das Artes e da Cultura do Tejo, em Vila Velha de Ródão, existindo ainda mais dois exemplares no Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento.