Minas do Brejo, Bobadela

O Brejo constitui outra das grandes frentes de exploração mineira de época romana no Vale Superior do rio Terva. Esta exploração, sobranceira ao ribeiro que lhe dá o nome, distribui-se por uma área aproximada de 12 hectares, nas cercanias da aldeia de Bobadela. No núcleo desta frente de exploração são visíveis inúmeras trincheiras e cortas de desmonte a céu aberto, com orientações, comprimentos e larguras diversas. Os depósitos auríferos ocorrem em contexto primário, característica comum a todos os jazigos deste mineral identificados no PAVT, onde o ouro ocorre nos filões de quartzo que permeiam o substrato granítico. Os desmontes a céu aberto do filão foram realizados, preferencialmente, no sentido SO-NE,S-N e E-O, características visíveis da disposição das cortas e trincheiras que conformaram o relevo do Brejo, onde são também visíveis, de forma bastante pontual, términos de galerias.  Já fora da zona de exploração, mas na sua área direta de influência, no extremo Oeste, localiza-se o povoado fortificado do Brejo. Alcandorado no topo de um esporão, dominando todo o alvéolo entre Nogueira e Bobadela e sobranceiro à área de exploração mineira do Brejo, este sítio arqueológico poderá corresponder a um ‘povoado mineiro castrejo’ – delimitado por uma única muralha circundante, que abarca menos de 1 hectare, já muito arruinada, terá conhecido uma ocupação cronologicamente alargada, entre a Idade do Bronze e a época romana, como evidenciam os materiais aí recolhidos (cerâmica manual, machados de bronze, um deles de dupla aselha, cerâmica micácea, moedas e tegulae). Decorrente do abandono da exploração mineira, algures no séc. IV, ter-se-á formado a lagoa do Brejo. A recuperação ambiental desta área mineira poderá ser considerado um caso de estudo, uma vez que representa atualmente um dos mais valiosos recursos ecológicos do PAVT. Com efeito, fruto da circunstância geográfica do Vale do Terva, que se encontra na transição entre a região mediterrânica e a região euro-siberiana, a Lagoa do Brejo, resultante de uma formação paleotopográfica artificial, adquiriu características fito-climáticas que lhe conferiram um elevado grau de biodiversidade florística e faunística. O reconhecimento deste valor justificou a implementação de um dos observatórios de fauna e flora do PAVT. O Brejo integra o conjunto classificado pelo Estado Português como Sítio de Interesse Público, promulgado pela Portaria n.º 386/2013 (DR, 2.º Série, n.º 115 de 18 de Junho de 2013), pela sua unicidade, enquanto parte fundamental do Complexo Mineiro Antigo do Vale Superior do Rio Terva, em Boticas.

CARATERÍSTICAS

LOCALIZAÇÃO
Morada: Largo do Cruzeiro
Localidade: Bobadela
Código Postal: 5460 - 210
Telefone: 276410200
Correio Eletrónico: pavt@cm-boticas.pt
Website: http://www.cm-boticas.pt
FUNCIONAMENTO
Local público, sem horário e valor de entrada definidos.
ORGANIZAÇÃO DA VISITA
A visita deste Ponto não necessita de marcação prévia e pode ser feita individualmente.

Condições Específicas:
-

Modo de Realização:
A pé

Nível de Dificuldade:
Baixa

Visita para grupos:
Sim
Número Mínimo de Pessoa por grupos:
2
Número Maximo de Pessoa por grupos:
60
Observações:
-

Visitas guiadas:
Sim
Observações:
Desde que marcada previamente
EQUIPAMENTO EXISTENTE
Curiosidade geológica
TRANSPORTE
Tipo de Transporte:
Táxi
Nome da Agência:
Luis Alexandre Pereira Lopes
Telefone de Contacto:
963042345

Parque destinado a viaturas privadas:
Não

SÍTIOS DE INTERESSE TÚRISTICO
Observatório de Aves da Lagoa do Brejo

Decorrente do abandono da exploração mineira, algures no séc. IV, ter-se-á formado a lagoa do Brejo, que pelo seu elevado grau de biodiversidade florística e faunística da lagoa do Brejo, justificou a implementação de um dos observatórios de fauna e flora do PAVT.
gps: 41,44552 -7,372309
distância: 1km


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